Essa é a minha verdade. Essa é a minha história. A escrevi em terceira pessoa por achar mais fácil. Assim parece que não fiz algo tão abominável. Não me lembro de muita coisa depois do enterro do meu pai. O caso continua sem solução. Minha mãe acha que me internei aqui por livre e espontânea vontade. Acha que sofri um colapso nervoso após a morte dele. De certa forma foi isso que aconteceu. Essas paredes acolchoadas são para salva-lá. Se continuasse lá fora sei que acabaria fazendo o pior pra ela também. Meu remorso não vale de nada agora. Foi-se o tempo para desculpas. Nem sei se estou sendo totalmente sincero agora. Talvez apenas vindo para esse hospício com a esperança de ser salvo de mim mesmo. Sinto que devo ao meu pai a solução desse caso. E ambos sabemos como tudo deve acabar. Eu devia saber desde o inicio, mas acho que me neguei a enxergar a verdade. Ninguém pode ficar no topo para sempre. Enfim, acho que finalmente chegou a hora. Você tem sido bem detalhista então espero que minha morte ocorra do modo que estou escrevendo nessas paginas, seria decepcionante saber que seu ultimo trabalho baseado em uma história minha não foi executado com perfeição. Não sei como, mas sinto que você pode ler estas palavras que escrevo agora de maneira furiosa nesse papel manchado. Sempre falei que rostos não eram importantes, mas gostaria de conhecer a aparência daquele que me deu tudo aquilo que eu queria. Não sei como, mas posso sentir sua presença aqui, faça um trabalho bem feito e violento, é apenas o que eu te peço. Faça meu sangue jorrar. Sempre achei que tivesse medo da morte, mas agora que sinto as cortinas fechando sinto uma paz de espirito imensurável. Às nove horas de amanhã quando vierem me trazer o café da manhã faça que sejam vermelho sobre tudo. Prove para mim que, no final, não sou muito diferente daqueles que odiei por tanto tempo. Não tenho mais nada para escrever. É hora de cada um seguir seu caminho. Hora do medico enfrentar o monstro. Mas não tenho certeza sobre qual deles sou eu.

Manuscrito encontrado no quarto do paciente n°073 no dia 13 de agosto. Seu assassinato continua sem solução. O tribunal tomou sua suposta confissão como delírio psicótico.

Enquanto o clima na escola ia ficando cada vez mais calmo, o clima dentro de casa, que nunca foi exatamente agradável, ficava mais tenso. Seu pai devia ter se aposentado há dois meses, mas como ainda não conseguiu resolver o caso dos assassinatos resolveu continuar na ativa, por isso sempre chega em casa estressado e sua mãe, contrária a ideia do marido adiar sua aposentadoria, passa cada vez mais tempo no seu escritório de advocacia para evitar conflitos. Sua ira é plausível, esse é sem duvida o caso mais difícil que ele teve que enfrentar durante toda sua carreira e ele escolheu continuar à frente das investigações do que se submeter à vergonha de ter um caso não resolvido na sua ficha até então impecável. “Não há nenhuma ligação consistente entre as vitimas, alguns eram conhecidos entre si, mas apenas isso, os métodos usados também são diferentes, o que elimina a chance de ser um serial killer clássico. Todos os possíveis suspeitos possuem álibis já confirmados. Não foi encontrada nenhuma amostra de DNA do agressor então não tenho motivos pra acreditar que se trate de um único assassino, mas minha intuição diz que essa é a única explicação possível.”

Lendo por cima do ombro do pai enquanto ele organiza o material da investigação ele sente um misto de orgulho e pena. Orgulho por acreditar que chegou a utopia do crime perfeito. Após cometer os assassinatos basta apagar qualquer vestígio dos textos ou modificar a data em que eles foram feitos para depois que os corpos foram encontrados. Além dos textos pro assassino ele continua escrevendo seus textos habituais. Seu pai é seu álibi já que ele conhece o estranho hobbie do filho melhor do que ninguém. Mas não deixa de sentir pena do pai, esse caso está afetando seriamente sua sanidade. O garoto não pode ajuda-lo nesse caso. Apesar da sua frieza habitual com todos, ver seu pai se perder em meio a perguntas e duvidas criadas pelo próprio filho está o incomodando de uma forma que não poderia imaginar. Só pode esperar que o pai desista. Torce para que o pai perceba que aquele é um beco sem saída.

Mas ele sabe que isso não vai acontecer.

Até agora tinha conseguido evitar uma conversa mais seria com o pai sobre o caso. Mas agora seu pai faz perguntas e exige respostas. As mentiras ecoam pela sala vazia. O ódio entre os dois aumenta cada vez mais. A saliva quente do pai bate em seu rosto enquanto grita suas lamentações para o causador de tudo. Sente a pena se transformando em ódio. Não ouve tudo que o pai diz a seu respeito, mas reconhece algumas palavras: retardado, doente mental, incompetente. No final seu pai é igual a todos. Sente raiva dele por não saber quando parar.

Está sozinho no quarto. Ouve seu pai gritando da sala. Tem medo do que está prestes a fazer. A luz vinda do monitor torna seu rosto encovado. Os únicos sons no quarto são de seus dedos batendo nas teclas. Uma parte dele sente que deve parar. Mas a outra sabe que agora é tarde demais. Seu pai sai para o turno noturno na delegacia. O barulho do teclado cessa. Agora é apenas uma questão de tempo. O silencio o consome. Ele gostaria de pensar que dessa vez pode dar errado. Que seu pai está a salvo. Que tudo até agora foi apenas um sonho.

Ele matou o próprio pai. Essa é a verdade.

É uma manhã típica. Café com leite e torradas enquanto assiste o noticiário. Material de pesquisa para histórias. Quando está saindo para a escola uma notícia chama sua atenção. O corpo estirado em um beco qualquer. A saia rasgada. Os cabelos ruivos da vitimas desgrenhados. Os cortes profundos e irregulares, típicos de uma faca sem corte. O repórter não fala, mas ele tem certeza que não houve violência sexual. Sabe que se procurarem pelas proximidades encontrarão a faca. Uma faca grande, sem corte e com sinais de ferrugem perto do cabo. Pode ser apenas uma coincidência, mas ele sente que não. O delegado diz que ela foi morta, aproximadamente, às duas da manhã.

Eles estão errados. A pesquisa que ele faz ao banco de dados da policia durante o trajeto da escola só serve pra confirmar o que ele esperava. Há apenas um erro no relatório: a hora da morte.

Ele previu o futuro. Ele a matou enquanto escrevia no seu notebook. São suas mãos que deviam estar sujas de sangue. Mas ele não fez nada. O mundo está cheio de maníacos dispostos a matar sem motivo, mas mesmo assim ele se sente culpado. Alguns teriam se desesperado com a culpa.

Ele vê uma possibilidade. Como não aproveitar a chance de se livrar de todos que o incomodam apenas apertando algumas teclas? Seria louco se não o fizesse. Todos sempre falam de livre-arbítrio e de moral, mas todos esses valores caem por terra quando se tem a solução para todos seus problemas ao alcance da mão.

Afinal, antes de sermos humanos somos animais. Animais vis e sádicos que se alimentam da dor de seus semelhantes. Até o mais puro dos seres pode se corromper com o poder. Os mais repugnantes dos seres só podem sonhar com o dia que serão os caçadores ao invés da caça. Todos queremos estar no topo e não nos importamos com quem deixamos pras trás.

Para ele os dias seguiram normais, mesmo que o fundo da sala de aula fosse ficando cada vez mais vazio. Nada mais de emboscadas depois da aula, materiais roubados, roupas sujas de sangue e suas paradas pra vomitar o que o estomago ferido não consegue segurar. Bytes de informação eram transformados em corpos estirados e despedaçados de todas as formas possíveis. Ninguém poderia culpa-lo por falta de imaginação. Era apenas uma feliz coincidência ter encontrado alguém capaz de tornar suas palavras reais. Como o invasor mesmo disse, ele previa o futuro.

Ele estava no controle. Ele estava no topo, e quando se está no topo, ou você se mantem lá ou deve estar preparado pra encarar uma longa descida.

Ele se apoia em um poste para vomitar. Podia ter sido pior, se tivesse vomitado no ônibus ou na frente do colégio todos teriam visto. Vomitando apoiado a um poste em frente a uma viela ele é tratado apenas como mais um bêbado, mesmo que esteja usando o uniforme de uma das escolas mais caras da cidade. Um pouco de sangue se mistura aos restos do que ele comeu no café da manhã. “Hoje foi difícil.” Durante a infância fez aulas de kempo, então seria fácil para ele lidar com um cretino. Mas todo mundo é corajoso com dois capangas segurando a vitima pelas costas enquanto bate na barriga de um cara já desmaiado com um soco inglês.

“Merda, se eu não tivesse fingido desmaiar ia apanhar até agora. Aqueles montes de merda. Eu acabaria com eles em situações normais.”

Limpando o vomito da boca e mancando um pouco ele finalmente chega em casa. Esse foi apenas mais um dia normal de aula. Apesar das perguntas da sua mãe ele vai direto para seu quarto em silencio. Seus pais trabalham muito, ele não quer preocupa-los sem motivo. Em todas as escolas foi assim e ele sempre continuou em pé, não seria agora que ele perderia para um bando de imbecis.

Foi diagnosticado como portador da Síndrome de Asperger. Memoria fotográfica e grande facilidade em entender as fórmulas que os outros tanto penavam para entender eram benefícios, o fato de não conseguir se envolver facilmente com pessoas já não o incomoda mais. Portadores dessa síndrome normalmente apresentam interesse em algo especifico. Ele tem interesse em investigações de assassinatos. Ele mesmo não sabe por que, sabe apenas que essas investigações são uma das poucas coisas que prendem sua atenção.

Alguns anos atrás, ele foi um hacker promissor, mas depois de alguns vírus mandados para lugares do mundo todo ele perdeu o interesse. A mesma coisa aconteceu com o kempo, tênis de mesa, mecânica de carros e corridas de kart. Tudo não passou de um mero passatempo até ele achar algo que realmente o interessasse. No seu antigo endereço houve um assassinato brutal, obra de um serial killer até hoje não encontrado. O garoto que não havia mostrado interesse em nada até então ficou vidrado na movimentação da equipe da policia cientifica e até hoje ele escreve histórias com as mais diversas soluções para aquele crime.

No seu quarto, entre as revistas e livros dos seus antigos hobbies, há vários livros sobre psicopatas, crimes famosos, histórias de terror e creepypastas de diversos autores e de sua autoria. Se a sua síndrome já torna o convívio com as pessoas difícil, esse hobby apenas deixa as coisas piores, por isso ele é desprezado em qualquer lugar onde as pessoas conhecem suas preferencias. É conhecido como psicopata de tinta até mesmo entre os professores. Não se importa com isso. Pelo menos não mais.

Joga a mochila no canto e se põe a trabalhar no seu novo projeto: resolveu que quer entrar na deep web de qualquer forma. Dizem que é necessário o convite de alguém de dentro, mas ele está fazendo do jeito mais difícil. “Estou tentando entrar pela porta dos fundos em um lugar que não tem porta na frente” esse pensamento passa rapidamente pela sua cabeça enquanto usa suas habilidades de hacker e reconhece que os anos de inatividade o deixaram enferrujado. Já faz um mês que está nessa empreitada e sente que está realmente perto de conseguir.

Alguém toma o controle de seu computador. Ele não consegue rastear o IP do invasor. Códigos aparecem velozmente na tela e simplesmente param. Após dois segundos sem nenhuma ação, aparece a tela azul e o computador é reiniciado. Ele retomou o controle. O invasor não deixou rastros e não apagou nada. Tudo continua igual. As musicas, os textos, até mesmo seu programa continua do mesmo jeito de antes da invasão. Menos por um e-mail que ele recebeu enquanto o computador reiniciava. Sem titulo, apenas duas frases.

Você é muito bom descrevendo o passado. Já pensou em prever o futuro?

Tenta mandar um e-mail respondendo aquele estranho elogio, mas seu provedor diz que o endereço de e-mail do remetente não existe. Já que nada foi roubado ou apagado resolve deixar pra lá.

Seu pai, delegado de policia, sabendo de suas habilidades, permite que ele acesse informações confidenciais de investigações. Alguns de seus palpites já ajudaram a solucionar crimes menores, mas ele não se interessa pela solução do crime, apenas pela investigação. Vê um tópico sobre uso de armas brancas e pensa sobre o e-mail. Prever o futuro? Movido pelo tédio ou pela surpresa de, aparentemente, ter um fã escreve uma história inédita.

As palavras fluem com tremenda facilidade. O beco escuro. O carrasco encurrala sua vitima. O cheiro do pânico. A faca sem fio de corte e com sinais de ferrugem perto do cabo. A mancha de esperma na calça do agressor. A faca dilacerando a carne. Uma. Duas. Dez vezes. A crosta de sangue começando a coagular.

Mais cinco minutos e termina seu texto. Fica satisfeito com o resultado. Desliga o computador e se prepara para dormir. Pode tentar chegar na deep web amanhã. Isso se não perder o interesse enquanto dorme. Ele não sabe, mas já obteve êxito na sua missão.

Dedico essa história a todos os cretinos que tive o desprazer de conhecer.

Para os poucos que visitam esse blog, não sei se vocês repararam mas as coisas andaram meio paradas por aqui.

Pra reverter a situação vo postar alguns trechos de alguns textos aleatórios:

O que você esperando? Porra, você é um merda mesmo! Não espera que eu mesmo puxe o gatilho não é mesmo? Sinta o ódio crescendo dentro de si enquanto meu sarcasmo te corroí por dentro. Qual é a dificuldade em atirar? Sinto minha têmpora queimar pelo cano da arma. Vamos, acabe logo com isso seu cretino. Acabe comigo e tenha uma vida normal. Pelo menos até você colocar a arma na própria boca e atirar. Eu sei que você vai fazer isso. Talvez daqui a 5 anos ou 5 dias. Não importa, meu sangue em suas mãos vai te amaldiçoar até a loucura. Eu sempre consigo o que eu quero. Tenha certeza disso.

Hora do show

Respiro com dificuldade o ar gelado. Sinto como se o ar perfurasse meus pulmões já castigados pelo cigarro. A neblina que toma as ruas me torna invisivel. É assim que deve ser. Meu proximo show não deve ser visto, apenas executado. Algo entre mim, ela e a neblina. Lá está ela saindo de casa sempre no mesmo horário. Nossoshow começa agora. A neblina se condensa em contato com a lamina prateada da faca. Ela é a estrela de hoje. Ela continua a camainhar. Mal sabe ela que está caminhando para o nada. Está na hora de me tornar visivel. Ela olha para mim e ve apenas um estranho. Quando vê a faca ela ve a morte. Mas já é tarde demais. A faca encontra seu lugar na carne. Uma, duas dez vezes. A neblina se torna vermelha. A faca retorna ao seu lugar de origem. Ela cai no proprio sangue. Nosso destino se separa novamente. Me torno invisivel. O show acabou.

Divina corrupção

Ele não entende o que está acontecendo. Sempre disseram que deus era justo. É justo que seus pais sejam mortos assim? É justo que ele seja tratado como um objeto? Argila simples e tosca que se tornaria formosa mas mãos de deus. Seus olhos estão opacos e vazios. Vazios como a sua vida a partir de agora. O amos dos pais foi tirado dele e vai ser preenchido aos poucos pelo ódio. Ele não sabe agora, mas esse ódio o fará ser maior que qualquer deus.

E essa é toda a verdade

Diabo, por que não posso simplesmente esquecer tudo isso. Foi legal enquanto durou, mas tudo chega ao fim. Tenho um bom emprego, uma geladeira cheia de cerveja e uma esposa com um belo par de peitos. Esse não é a base do sonho americano? Se eu simplesmente parasse de escrever poderia dormir cedo, não ficaria paranoico pelos varios copos de cafe e talvez pudesse pensar em ter um filho? A vida não seria tão mal assim.
A vida em sociedade é assim. Temos que ir abrindo mão das coisas que gostamos até o mundo achar que merecemos alguma coisa de volta. Abrir mão daquilo que somos apenas pra deixar a porra do mundo feliz. Eu poderia ter uma boa vida. A base dos meus problemas é exatamente a base da minha vida atual. Desistir de escrever seria esquecer tudo q eu passei até agora. E isso não vai acontecer. Pelo menos não agora.

 

Lutando bravamente contra minha protelação consegui terminar essas singela versão das superpoderosas. Pode não ser muito fofa, mas foi feita com tudo que há de bom kkkk

O ruído vindo do gravador sobre a mesa marca o inicio da conversa.

“Fita numero 14. Entrevista com Anthony Jerkins, cientista integrante da equipe original por trás do projeto Superpoderosas.”

A minha frente um homem muito mais velho que eu, com os cabelos grisalhos fugindo da testa em um terno risca de giz me mostra um sorriso apagado e começa a falar.

Enquanto fala termos técnicos que, francamente, não presto muita atenção, penso que, para um recém-formado em jornalismo este pode ser meu ápice ou minha ruina. Todas as obras anteriores foram superficiais, mas estou certo que vou superar tudo que já foi escrito sobre as Superpoderosas. Mas se falhar, isso pode significar o fim da minha carreira antes mesmo de começar.

Respiro profundamente e parto para o ataque.

―Desculpe sr. Jerkins, mas não tenho interesse nesses termos técnicos. Como você mesmo deve saber eles podem ser acessados por qualquer um na Wikipédia. Quero saber o que existe realmente pro trás do projeto Superpoderosas.

Ele para atônito. Parece surpreso que alguém tenha a audácia de interrompê-lo durante seu importante relato. Mas, então seu semblante se acalma e retira uma pequena garrafa prateada de dentro do terno e dá um longo gole nela.

―Sei que é filho de mãe árabe. Como não me ofereceu nenhuma bebida antes da entrevista imagino que siga os ideais da religião da sua mãe. Devo dizer que respeito isso. Mas, se você quer realmente saber a verdade deve deixar que eu beba o que eu quiser. De acordo?

Engulo, envergonhado, o protesto que iria iniciar e aceno positivamente com a cabeça.

―Muito bem. Sabe, espero que seu livro seja melhor do que todo lixo deprimente que foi escrito sobre elas...

―Também espero isso, sen...

―Cale a bola e me deixe falar. Apenas me interrompa se for perguntar alguma coisa importante para o livro ou quando perguntar algo a você.

― Pode-se dizer que tudo começou após os ataques nucleares a Washington e ao Vaticano. Você devia ter o que quando aconteceu? 10? 12 anos?

― Nove anos, senhor.

― Caramba, o tempo voa quando se está ocupado. Mas enfim, talvez você não se lembre mas varias agencias de segurança pelo mundo todo sofreram ataques armados. Tudo isso causou mudanças drásticas na sociedade de então. Era cada um por si. Liberdade total porra nenhuma! As ruas viraram um verdadeiro inferno. Vários bandidos e meta-humanos tinham escapado das prisões. E mais monstros eram criados por cientistas loucos brincando de Deus. As pessoas precisavam de novas esperanças. Mais importante, o povo americano precisava de uma nova esperança. Alguns membros do governo que sobreviveram aos ataques decidiram que os Estados Unidos trariam esperança para o mundo. Assim surgiu os alicerces do Projeto Superpoderosas.

Ele dá outro gole na garrafa, que imagino conter vodca pelo cheiro forte. O cheiro forte chega ao meu nariz como uma lembrança dos velhos tempos e acende um velho desejo. Ele se enganou em um ponto. Deixei de beber após quase perder um ano da faculdade e não porque o Deus que minha mãe acredita diz que beber é errado. Aprendi por conta própria que Deus não existe. Ou, se existe, não está nem aí com suas crias.

― Antes de continuar... você tem algum interesse particular nas Superpoderosas? Esse é um tema muito complexo para um recém-formado.

― Quanto tinha 15 anos fui feito refém durante um assalto a banco. Os bandidos mataram meu pai, policial aposentado, na minha frente. Teriam matado minha mãe também se as Poderosas não tivessem aparecido.

― Comovente, mas acho que a verdade vai abalar a imagem que você tem delas. Já estava decidido que os Estados Unidos seriam responsáveis por acabar com aquela bagunça e trazer esperança para todos. Só era necessário decidir como. Naquela época considerávamos impossível controlar os impulsos de um meta-humano, já que ninguém sabia ao certo quais eram os efeitos colaterais da contaminação do DNA humano com códigos genéticos artificiais. Nesse caso a solução obvia seria o uso de unidades autônomas, mas, como qualquer robô, eles tinham limitações mecânicas. E todos os dias surgiam monstros mais fortes. Chegamos a conclusão que a solução poderia estar nos próprios humanos. Nosso cérebro limita a capacidade dos músculos. Fizemos alguns testes em soldados em que desativamos as conexões cerebrais relacionadas aos limites os músculos. Sem esses “freios” dados por Deus e com alguns remédios para o fortalecimento dos músculos esses soldados conseguiam erguer até 400 kg com a mesma facilidade que você levanta um lápis. Com o uso de armaduras bio-orgânicas aumentando seus poderes exponencialmente nos havíamos encontrado o que os Estados Unidos precisava.

― O senhor fala de armaduras bio-orgânicas. Elas teriam alguma relação com o Homem de Ferro?

― Odeio admitir, mas sim. O viado do Tony Stark nos ajudou nessa parte do projeto. Apesar de estupidamente fortes, os soldados ainda eram humanos. Se levassem um tiro poderiam morrer como qualquer um. O Stark era um gênio, pena ter morrido daquele jeito.

― Se os testes com os soldados foram bem-sucedidos porque nunca vi um soldado em uma armadura arrancando as vísceras de um meta-humano? Porque delegar um serviço desses para três meninas de cinco anos?

― Basicamente por dois motivos. Aparentemente, uma vez que o corpo humano já tenha chegado ao seu limite muscular ele fica, digamos que, ligado a esse limite. É claro que eles eram incrivelmente fortes, mas se passassem um pouco do ápice da força seus músculos eram simplesmente estraçalhados pelo stress. Nem as armaduras podiam evitar isso. O segundo motivo é puramente estético: depois do que aconteceu com Tony o governo achou que as pessoas ficariam com medo de verem armaduras cruzando os céus. E, francamente, não posso dizer que o governo estivesse errado: após ter a armadura hackeada por nanotecnologia alienígena só restou ao Tony usar o pouco de consciência que lhe restava para cometer suicídio. Por isso começamos a fazer experimentos com bebes natimortos.

― Essa pesquisa com natimortos tem ou teve alguma relação com a Hydra?

― Não nos compare com aqueles açougueiros – seu rosto se enche de ira – Eles estavam brincando de Deus apenas por diversão. Dizem que a X-23 é na verdade, uma filha do Wolverine.

Da outro gole e se acalma.

― Bem, voltando ao assunto, o fato das conexões cerebrais dos bebes natimortos não estarem completamente formadas nos deu infinitas possibilidades. Isso permitia que modificássemos toda sua estrutura, tanto física como psicológica, para obtermos o melhor rendimento possível.

― Com tantas modificações genéticas não seria correto afirmar que vocês estavam cada vez mais próximos de criarem robôs orgânicos?

― Digamos que conseguimos unir o melhor dos dois mundos. Com a capacidade adaptativa que apenas um organismo vivo tem e a frieza e rapidez de raciocínio de um autônomo criamos novas esperanças para a América e o mundo. Deus fez um bom trabalho, mas acho que o superamos.

Sua risada já está meio pastosa pelo uso da bebida. Seu hálito chega até meu nariz. Engulo em seco enquanto faço algumas anotações.

― Mas nem tudo foi fácil. Os gritos delas eram horríveis. Muitos não conseguiam dormir. É compreensível, afinal estávamos estraçalhando seus sistemas moleculares e reconstruindo como se fossem feitas de Lego. Pelo menos o governo liberou verba para a construção de laboratórios a prova de som.

Imagino que aquilo devesse ser uma piada, mas fico em duvida. Ele parece falar muito serio.

― Fizemos um bom trabalho. Mas as superpoderosas não eram perfeitas. E nem precisavam ser. O povo não podia saber que suas esperanças tinham falhas graves.

― E quais seriam essas falhas?

― Nada que não pudéssemos superar. Aparentemente, Deus não gosta que alguém mexa na programação do seu brinquedinho. As modificações feitas causavam muita instabilidade molecular. Quanto mais se esforçavam, mais perto elas ficavam de um colapso completo.

― Já que vemos elas voando por ai todos os dias suponho que vocês conseguiram resolver o problema.

― Sim, mas pode-se dizer que a solução foi um pouco anti-etica: quando uma delas chega perto do colapso a descartamos e a substituímos por um clone que foi mantido em hibernação até manter seu ápice de força. O responsável por cuidar que a mudança não seja percebida pelas meninas restantes e pela população é o Professor Untônio.

― Pode me dizer quantas vezes essa troca foi feita?

― A Docinho está próxima de ser trocada pela oitava vez. As outras suas foram trocadas seis vezes cada.

― Mas vocês não continuaram as pesquisas para impedir a instabilidade molecular?

― Porque continuaríamos? Iriamos apenas gastar mais dinheiro dos contribuintes. Não mesmo. Pra que gastar mais tempo e dinheiro para resolver um problema que pode ser contornado de maneira mais fácil e barata?

― Mas você não acha que elas mereçam viver uma vida longa como qualquer outro? Afinal, como você mesmo disse, elas são as responsáveis pro trazer esperanças para o mundo.

Ele solta o ar como se fosse realmente entediante explicar algo tão simples.

― Escute, moleque. Os EUA tem muito dinheiro. Dinheiro para derrubar governos – praticamente cuspia as palavras – Dinheiro para iniciar guerras. E, finalmente, dinheiro para comprar esperança. Nos apenas criamos a melhor alternativa.

Atira a garrafa vazia no chão e pega outra no paletó.

― Elas apenas fazem o que foram programadas para fazer. Elas não são capazes de se rebelar. Caso façam isso, mecanismos de defesa iriam causar o colapso instantâneo – fala como se explicasse algo para um doente mental – Nos mandamos nelas. Elas não precisam de uma vida normal. Se você não levou uma bala no rabo naquele dia não deve agradecer a elas. Deve agradecer a mim.

― Mas...

― Mas o caralho! – sua voz está tão cheia de ira que chega a cuspir enquanto fala – Todos são iguais a você. Se esquecem de quem mantem as ruas livres de todo o lixo meta-humano. Precisamos lembrar para as pessoas o que é realmente. Você da mais valor pra sua vida quando vê alguém morrendo na sua frente.

― Você está insinuando que...

― As superpoderosas não chegaram antes no banco porque não deixamos? Talvez sim, talvez não. Mas quem se importa? Um velho cretino morreu, mas varias pessoas foram salvas inclusive você. Não está feliz por estar vivo?

A fúria arde dentro de mim. Durante toda minha vida lamentei a morte do meu pai, mas sempre achei que pudesse contar com as superpoderosas. Tudo não passou de um esquema armado. Armado por esse velho maldito, bêbado e careca. Não consigo me manter imparcial. Pressentindo minhas vontades ele parte para as ultimas palavras:

― Vai fazer o quê? Aposto que está louco para descarregar um revolver na minha cara. Mas você não fará isso. Você tem muito a perder. Sua mãe, seus amigos, sua vida.

Pula da poltrona com uma agilidade surpreendente e agarra meu pescoço. Sinto uma picada no ombro.

― Sabe, poderia ter participado das Olimpíadas. Mas isso não importa agora. Você tem incomodado muita gente importante com suas perguntas. Todas as obras anteriores foram certinhas porque decidimos que seriam. O povo não precisa saber a verdade. A verdade botaria em maus lençóis varias pessoas que se envolveram nesse projeto. Quem se importa se nossas ações foram anti-eticas se conseguimos alcançar nossos objetivos? O mundo fechou os olhos quando a Rússia causou um acidente nuclear para transformar Chernobyl em um laboratório de pesquisa dos efeitos da energia nuclear em pessoas. Muitos meta-humanos que infestam nossas ruas saíram de lá.

Sinto meus músculos relaxarem. Ele saca uma pistola cromada com silenciador. O reflexo ofusca a minha vista.

― Precisávamos te calar. Todos tinham medo de agir. Não posso culpa-los. Como você, eles têm algo a perder. Eu não. Minha esposa morreu há alguns meses e estou lutando contra o câncer há vários anos. Eu sou o homem perfeito para isso. Posso mata-lo agora, cometer suicídio e ninguém vai sentir nossa falta – coloca a garrafa na minha boca e me engasgo com a vodca correndo pela minha garganta – Tome seu ultimo trago. Uma equipe de limpeza virá para se livrar das provas e dos corpos. Serei enterrado como herói, já você, como indigente. Espero que entenda. São apenas negócios.

Ouço o som abafado da bala atravessando meu pulmão. Enquanto perco a consciência ouço outro disparo e o som de sangue espirrando.

A fita continua gravando o borbulhar do sangue até que tudo acaba.

Fiquei meio puto com alguns problemas q eu tive essa semana. Bateram no meu carro, não tó conseguindo cancelar a porra do FIES e, ainda por cima, quase fui atropelado por uma velha. Pelo menos isso me ajudou a ter minar essa ideia q eu tive faz algum tempo.

Para mim, seres perfeitos são extremamente entediantes. Não vejo vantagem em viver uma normalidade maçante. Viver uma rotina que, como um relógio, sempre volta ao inicio após um ciclo completo. Nem tenho certeza se isso pode ser considerado viver. Seres perfeitos apenas passam pela vida. Não sofrem. Não se machucam. Não se revoltam. Não vivem. Porra, e mesmo assim, tentam incessantemente apagar tudo aquilo que eu fui. Tudo que eu sou. E tudo que eu posso ser. Me transformar em algo vazio. Em algo amorfo. Em algo perfeito. Ser apenas mais um ciclo com inicio, meio e fim pré-estabelecidos. Não vai rolar, nem ferrando. O desprezo, o ódio, o amor, a raiva, a agonia. É isso que eu sou. É isso que eu fui e sempre vou ser. Quer gostem ou não.

Situação: minha mae diz que vai fazer carne de porco pro almoço. Para uma pessoa normal isso apenas poderia significar mais gases. Para um judeu, uma ofensa. Mas como não sou uma pessoa normal nem judeu, escrevi isso. Pode ser que tenha uma continuação. Ou não.

Não sabia ao certo que lugar era aquele. Agora tudo não passa de uma breve lembrança. Talvez infantil ou até da minha vida adulta. Não me pergunte coisas que não sei responder. O que realmente importa é que isso aconteceu. Estava escuro, mas consegui ver 3 ou 4 pessoas agachadas formando um circulo ao redor de alguma coisa. Conforme me aproximava conseguia distinguir mais detalhes do quarto e de seus estranhos ocupantes. Havia um cheiro pobre no ar, mas ao contrario do que eu esperava, o aposento tinha uma limpeza digna de hospital. O branco das paredes ofuscava um pouco a minha vista. Estava ficando enjoado com o cheiro de desinfetantes e carne pobre, mas minha curiosidade apagou qualquer extinto de precaução que pudesse ter. Continuei avançando e finalmente vi o que aquelas pessoas estavam fazendo. Eram três homens, um deles careca, suas roupas estavam sujas de lama e sangue. No momento apenas fiquei espantando, mas agora me pergunto como aqueles homens podem ter entrado naquela sala sem tê-la sujado. Eles estavam arrancando a carne de uma carcaça de porco podre. Seus movimentos eram privados de qualquer tipo de consciência. Seus olhos estavam vidrados enquanto mastigavam a carne. O necrochorume escorria de suas bocas, sujando o chão e as roupas. Aquele liquido fétido se espalhava pelo chão e chegou até meus pés que, percebi apenas naquele instante, estavam descalços. A onda de nojo que seria esperada não vem. A curiosidade era maior. Para de olhar para o quarto e olho para mim mesmo. Usava apenas uma camisa branca que ia até meus joelhos. Meus pés estavam sujos e molhados pelo contato com o necrochorume. Continuei andando em volta deles. Eles tinham acabado com a carne e agora estavam roendo os ossos. Seus dentes eram tortos e quebrados e suas gengivas estavam em carne viva. Pedaços do tutano caiam no chão. De repente a curiosidade é substituída pelo medo. Um deles se vira para mim. Parece surpreso com a minha presença. Seus olhos continuam vidrados e seu sorriso mostra que sua boca está negra. Mesmo com o medo crescendo dentro de mim minha atenção se desviou para uma pequena figura em um dos cantos da sala. Parecia uma criança, vestida do mesmo modo que eu, e parecia se divertir vendo aquelas pessoas agindo como animais. Antes que pudesse pedir ajuda ele diz algo que me persegue até hoje: 'Você não pode pedir ajudar a si mesmo. Eu não quero sair daqui. E você também não.' Não me pergunte mais nada, depois disso não consigo mais me lembrar de muita coisa. Tudo que eu sei é que me mudei daquele apartamento na mesma semana. O açougue do andar de baixo havia sido fechado pela vigilância sanitária após eu denuncia-lo. E, cinco anos depois, aquele lugar ainda fedia como um animal morto que, depois de sua carne apodrecer, é deixado ao sol. Não aguentava mais aquilo.

Não se preocupem, o blog não morreu. Apenas está sendo mantido vivo por aparelhos e, por motivos ecológicos, sendo obrigado a beber a própria urina. Mas isso não vem ao caso.

Como o próprio nome diz, vou fazer um post sobre todos os animes que eu vi até hoje (pelo menos, os que eu lembro ter visto). Vou tentar não contar spoilers de nenhum. Provavelmente não vou conseguir, mas o que vale é a intenção.

11 eyes: O anime até que é legal. Alguns jovens com poderes especiais acabam preso numa espécie de universo paralelo e precisam lutar contra alguns monstros. Disse que o anime era legal, não original kkkk. Acontece muita merda com os personagens, as batalhas são boas e o final teve uma reviravolta que eu não esperava. Mas no final, os furos da história são resolvidos de um jeito escroto e clichê: tudo era um universo paralelo.

Amagami SS: Amagami SS e SS + Plus ( e qualquer outra continuação mega master blaster que venha a seguir) falam basicamente da mesma coisa. O cara tomou um chá de cadeira de uma mina no natal (eu tomo um todos os dias e nem por isso tó reclamando kkk) e, desde então tem dificuldade de interagir com outras minas. Então, milagrosamente ele começa a se dar bem com varias. O anime mostra vários arcos, cada arco mostrando a sua relação com uma garota. No SS + Plus, a relação com cada garota se aprofunda mais e ele descobre porque foi abandonado como um cão sarnento no natal. Também mostra que ele transou ao menos duas vezes (duas vezes mais do que eu).

Another: muito se falou e ainda se fala sobre esse anime que diziam ser uma revolução dos animes de terror. Só que não. Uma sala de aula que é alvo de uma antiga maldição, uma pessoa que deveria estar morta fica interagindo normalmente com eles, e todos os alunos vão morrer até que descubram quem é o morto. Aí entra a musa do anime, Misaki Mei. O protagonista não serve pra nada e a solução acaba caindo sobre Misaki. Não é tudo que eu esperava e me senti muito idiota com o final, mas é um anime legal.

Baka to test: o protagonista é tão idiota que acaba sendo muito foda. Os alunos travam batalhas entre si e seus pontos de vidas são as medias de cada matéria. Pense em como seria um Digimon escolar. Claro que todos os clichês de anime sobre escola estão lá. Destaque pra irmã mais velha do protagonista que, aparentemente, incentiva o irmão a ter relações beeeemmmmmm intimas com seus coleguinhas.

Binbougami ga!: a protagonista é tão sortuda nasceu com o cu colado na lua mas tão sortuda que ela rouba a sorte das pessoa ao seu redor sem querer. Uma deusa da pobreza é mandada para a Terra para resolver a situação. Mas como isso é um anime, nada é tão fácil assim. To no aguardo pela segunda temporada.

Black Lagoon: se Tarantino produzisse um anime seria parecido com Black Lagoon. Um executivo japonês é capturado por um bando de terroristas enquanto fazia a entrega de material ilegal. Após sua firma mandar uma equipe para mata-ló (o que envolve o embate mais épico entre um helicóptero e um navio) ele resolve trabalhar com os terroristas. O anime tem vários personagens bizarros: um casal de gêmeos psicopatas, uma freira filha da puta, uma empregada com uma mala-metralhadora, etc. Alias, a empregada rendeu um OVA Black Lagoon: Roberta’s Blood Trail. Sem falar que a musica de abertura é muito foda.

Boku Wa Tomodachi Ga Sukunai: um bando de forever alones se junta para formar um clube. O anime trata das tentativas deles de fazerem outros amigos. Parece deprimente e idiota, mas até que é engraçado. Destaque para as brigas das duas protagonistas pra decidirem quem é a mais foda. Ainda não comecei a ver a segunda temporada.


Obs: a 2ª menina da direita pra esquerda, vestida de empregada, na verdade é um muleque.

Bokusatsu Tenshi Dokuro-chan: O protagonista vai ser um grande gênio no futuro. O problema é que ele também é um lolicon. O anime mostra o envolvimento do protagonista com uma anja, Dokuro-chan, vinda do futuro para impedir que ele faça algo que afete a ordem natural das coisas. Não vou dizer o que ele faz. Os episódios são curtos e, como eu gosto, cheios de violência e sangue. Também mostra como os desenhistas não sabem desenhar menininhas: se você vir uma mina alta e com peitões não se anime muito, ela só tem 9 anos. Ao contrario de vários outros animes, a musica de abertura mostra claramente o que acontece no anime.

Por hoje é só. Esperem por mais.

Um pequeno texto que eu escrevi. Não me perguntem de onde tirei essa ideia.

Há algo no caos que me acalma. Algo que me excita. A sutil união entre o deslumbramento e o pânico me fascina. O caos é a base de tudo. A destruição pode gerar algo maravilhoso. E isso, cara, realmente me assusta. Os homens matariam a si mesmos se isso pudesse acalmar seus espíritos inquietos. Livra-lós do caos. O caos já teve outros nomes. Revolução. Guerra. Paz. Destruição. Mas, talvez o pior tenha sido o nome mais antigo dele. Deus. Os que evoluem são aqueles que se permitem lutar. Contra e para o caos. Somos criaturas acostumadas com isso. Não ficamos satisfeitos com a calmaria. Todos reagimos aos gritos de dor e agonia. Em alguns geram medos. Para outros, excitação. Todos temos em nós gritos e lamentos que nos acompanham para a eternidade. E mesmo assim continuamos em nossa busca diária por um pouco de caos para podermos começar algo novo. Para podermos dizer que realmente estamos vivos. Para provar que os gritos valeram para alguma coisa.

Não dirigirás, o seu carro ou o do próximo, como um babaca.

Faz um bom tempo no Jalopnik Brasil foi postada uma matéria do Alex Lloyd, piloto inglês (sem equipe fixa, por sinal) que explicava porque carros alugados eram mais divertidos que outros. Na matéria ele explica que, com carros alugados, você não precisa se preocupar com desgaste de freios e outras coisas que você se preocuparia se o carro fosse seu. Ele ainda descreve uma competição dele com alguns jornalistas com carros alugados que acabou gerando danos consideráveis.

Entendo o que ele quis dizer. Desde que você pague o seguro para a locadora, os danos que possam ocorrer são problema da locadora. Nos anos 60, a Hertz, famosa locadora nos EUA, que havia trocado a GM pela Ford, queria um substituto para o Corvette. Se a Ford não tivesse feito a heresia de Transformar o Thunderbird em um sedã, ele seria o substituto lógico. Mas o grande Carroll Shelby sugeriu uma série especial do Mustang, que pintada de preto e com racing stripes douradas ficou conhecida como Mustang GT350H. Dizem que varias unidades eram devolvidas com pneus carecas e marcas de adesivos na lataria.

Como eu disse, entendo o que ele quis dizer, mas não concordo com ele. Para mim, se você bate o carro que está dirigindo, você não é tão bom quanto pensa. Dirigir rápido não é necessariamente igual a correr. Sei por experiência própria como é estupido você emparelhar com um carro no semáforo e dar aquela arrancada fenomenal apenas para encontrar o próximo semáforo fechado também (que, alias acaba abrindo quando o outro carro tá chegando calmamente). Para dirigir rápido deve-se conhecer os limites de ambos, do carro e os seus próprios.

Em um ambiente controlado, como uma pista, alguns excessos são necessários para andar realmente rápido. Mas as ruas, com velhinhas atravessando e motoqueiros kamikazes, não é o melhor lugar para você colocar a prova seus ímpetos de piloto. Quem não consegue entender isso não passa de um idiota com carteira de motorista. E nossas ruas ruas estão cheias deles.

Gosto muito de carros. Espero sempre poder modificar meus carros de alguma forma para melhorar seu desempenho. Mas, mesmo assim, sei que nossas ruas estão assoladas de retardados que, só porque tem um papel atestando que podem dirigir, se acham os pilotos de fuga.

Bom, é isso. Esperem por mais. Ou não.